domingo, 20 de fevereiro de 2011

Rotina

Toda a tristeza e amargura estão marcados em seu rosto como tatuagem
Cravados no seu dia-a-dia cansado
Na sua falta de paciência pra sorrir

Ela passa horas em segredo se perguntando cadê a vida na vida dela
Perdida entre as horas, ela não consegue se encontrar
então cai de novo em seu mundinho cercado
disfarçado com muita educação.

Projeções

De desencontros, projeções se faz o caos
virando àquele relacionamento meio monogâmico, meio nada a ver
sofrido como só bethânia pode descrever

Sentimentos subentendidos causam insegurança naqueles que não crêem que o amor é assim: livre, sem púdores, metafísico
exlcusividade nunca foi sinônimo de gostar
nem fazer sexo de gozar

Não há necessidade de imediata rotulação
quando só com calma que se chega ao coração.

5° andar

Deixo fluir todos os sentidos, envoltos em minha cintura num balanço calmo e preciso
que passa por entre as minhas pernas e sobe num gemido até o pé do ouvido.
O som emitido pede mais.
A carne pede mais.

Todos os poros clamam pelo toque da língua
Não é só questão de pele: o corpo vibra num contato de almas
num frenesi de movimentos, olhares, toques
numa transcendência em pleno chão da cozinha, no 5° andar de um prédio qualquer.

Aleatório

Troca de saliva não supre carência
Qualquer toque não alivia dor
Olhares aleatórios não fazem você se sentir mais bonita
Então porque submeter-se à tapa-buracos?

É medíocre estar envolta por braços que não confortam.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O que pode-se fazer com tanto nada? É por isso que a sua alma pertence àqueles envoltos em poesia: pois só tamanha profundidade é capaz de suprir tal vazio. Lhe pertence aquilo que lhe embala, que lhe envolve e todo o resto lhe parece apenas pinturas aleatórias.


constância

Seu rosto já tão saturado de memórias perdidas relampeja em minha mente refletindo em rostos aleatórios na rua, no metrô, àquele seu sorriso de canto-de-boca.
Minhas mãos instantaneamente passam a suar frio juntamente com o peito acelerado e os joelhos trêmulos; mas ao mesmo tempo eu fico feliz de saber que é só a minha mente me pregando peças de novo.