quinta-feira, 17 de junho de 2010

Não há mais o que fazer
nem o que pensar
tampouco escrever pode me ajudar a desabafar
hoje o faço como uma punheta obrigatória
e desabo na minha própria confusão

A hora passa, o tempo acaba comigo
e sem que eu possa acompanhá-lo
acabo me sentindo perdida segundos antes da realidade.

Será que vai chover?
banalidades já não me satisfazem
mas eu não posso permitir uma profundidade
eu tenho que viver muda, de olhos fechados e ouvidos tapados
na nova deficiência do ser, que fala, vê e ouve
mas finge que não.

quarta-feira, 16 de junho de 2010


E ela é toda minha, e toda amada
E cada poro do corpo dela também é
E o formato de sua orelha, e a manchinha de catapora perto do nariz,
suas sardinhas do ombro, e sua cicatriz nas costas cheias de histórias pra contar.
Penetro nas tuas noites escuras, nas tuas entranhas com sede de conhecê-la.
Quero estudá-la e deixa-la nua e crua sob meus olhos.
Quero deixá-la vulnerável a todos os sentidos,
Noutra dimensão.

Porque ela me soa inteira familiar e me causa necessidade de expressão, me inspira.
E eu me sinto impotente e até penso em criar novas palavras e expressões que possam suprir essa demasia.