segunda-feira, 9 de maio de 2011

.

Tento exprimir sensações e colocá-las no papel
mas a essência fica pelos ares, cravada no tempo que não volta, não para.
Não há como capiturá-la, só resta a lembrança e o gosto nostalgico de morangos que às vezes vem na boca e passa pela mente me inspirando e obrigando-me a expressar àquilo que nasceu e morreu em mim mas que numa tentativa incessante tento dar vida através de lápis e devaneios, para que eu possa me libertar; como se eu fosse superar a sensação, como se eu escrevesse por necessidade.

Contato

Frestas de luz que permite ao olhar admirar... Contato.
Contrato selado por lábios entregues.
Derretendo pra dentro, entre, escorrendo perante dedos até fundir.
Mesmo no momento já nostálgico... Saudades, transe, saliva, os gemidos ao pé do ouvido soam como poesia.
O pensamento se esvaiu na necessidade de sentir. Dois corpos, ossos e pele comandados pela intuição.
Transcendência numa cama qualquer, embaixo dela e entre lençóis.
Suor e marcas que contam histórias.
Dança de toques. O reflexo é a única verdade contada.
A inspiração vem de dentro, também das pernas e pelos.
Os versos se repetem dentro da própria memória, repetindo a sensação num suspiro que se arrepia e em devaneios que se perdem e pedem mais.