terça-feira, 14 de dezembro de 2010

As crônicas de Nina

Largada numa cadeira qualquer ela chora, e chora, porque perdeu o amor. Este sumiu de seu peito, sem avisar, deixando-o assim: como um depósito de mágoas recentes, doloridas.
E agora o que cabe entre seus dedos são os cigarros e não mais outros dedos.
E agora a única coisa que cabe dentro dela é o vazio triste, cansado.

Deveria existir um relógio biológico nos alertando do fim, ela pensa, se fosse como esquentar comida no microondas seria mais fácil. Apitou, acabou.

Mas não é. Ela se ajeita na cadeira e entende: todos os amores vão parecer únicos, imperdíveis, todas as juras vão parecer eternas e todos os términos insuperáveis.
Todas as vezes vai ser como a primeira vez.

A relação amorosa é formada de duas ou mais pessoas sádicas afim de se divertir, ela conclui enquanto acende mais um cigarro.

Um comentário:

  1. Puta mina tu escreve muito, parabéns, um texto muito bem feito !!

    Abraços,
    Marcos
    http://marcosilustra.blogspot.com

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